B4. Diástase abdominal – Auto-avaliação

Durante a gravidez, o par de músculos recto abdominal estica verticalmente para que o espaço na cavidade abdominal possa aumentar para acomodar o bebé e todas as estruturas da gravidez.

Quando não consegue esticar mais verticalmente, começa a separar-se horizontalmente. É importante referir que esta é uma alteração fisiológica e não patológica, ou seja, o corpo da mulher está preparado para esta alteração e para recuperar dele.

Em todas as mulheres, no 3º trimestre de gravidez, esta separação abdominal acontece e é perfeitamente normal e saudável.

Esta separação é também essencial para limitar a pressão intra-abdominal que pode ser prejudicial e o grau de separação depende de vários factores como a força dos músculos do core, idade, genética, número de gravidezes anteriores, postura e exercício antes e durante a gravidez.

É importante referir também que existem também factores que podem agravar esta alteração fisiológica:

  • aumento excessivo de peso na gravidez
  • gravidez de repouso absoluto ou relativo
  • gravidez gemelar
  • número de vezes que a mulher já esteve grávida
  • historial de exercício

No pós parto esta separação tende a fechar naturalmente, em alguns casos até menos de 2 dedos.

Se a separação não fechar naturalmente nas primeiras 8 semanas após o parto, deves ser proactiva para a sua recuperação.

A diástase abdominal é uma das disfunções do core frequentes no pós parto.

Refere-se à distância inter-rectos abdominais e ao enfraquecimento ou “esticar” da linha alba, que é a fascia que une os dois músculos recto abdominais.

Frequentemente o diagnóstico é realizado utilizando a medida dos dedos.

A avaliação exacta faz-se em ecografia em casos que haja justificação clínica para essa indicação.

O afastamento funcional é aquele que é igual ou inferior a 2 cm de afastamento.

É importante referir também que a diástase abdominal não necessita ser inferior a 2cm para que a mulher possa ter uma musculatura do core competente e funcional.

Algumas mulheres não conseguem regredir este afastamento a 2cm e conseguem uma boa competência abdominal. Isso sim é o mais importante para a saúde e estética da parede abdominal!

O verdadeiro problema é a disfunção.

Temos de ter em consideração a profundidade deste afastamento, uma vez que nos dá mais informação sobre o estado de conexão do core e da linha alba:

  • a quantidade de tecido conjuntivo
  • a capacidade de gerar tensão na linha média abdominal
  • a força do core

Por outras palavras, há mais hipóteses de teres um core funcional com um afastamento firme de 3 dedos do que num afastamento mole de 2 dedos.

Todas somos diferentes por isso algumas de vós vão ser capazes de:

  • recuperar de um afastamento maior e mole para um mais firme
  • recuperar de um pequeno afastamento e mole para um pequeno e firme
  • recuperar de um largo e mole para um pequeno e firme

Porque não deves fazer este teste diariamente?

O pequeno crunch abdominal que fazes durante a auto-avaliação não é seguro para a diástase e pode atrasar o processo de recuperação se fizeres o teste todos os dias. Faz o teste agora e no final do programa.

Sê paciente e dá ao teu corpo tempo para recuperar.

A recuperação pós parto não acontece de um dia para o outro. Requer tempo, dedicação e auto-cuidados diários.